Ashley Tisdale aborda relacionamentos em novo disco

O primeiro álbum de Ashley Tisdale, Headstrong, saiu no começo de 2007, quando diversas coisas eram diferentes. Na época, o cabelo dela era loiro e não escuro; ela ainda não havia feito uma plástica no nariz, cirurgia que a colocou sob o microscópio dos jornais sensacionalistas. E os Estados Unidos ainda estavam sob o efeito da tempestade que foi o primeiro filme da série High School Musical, no qual Tisdale estrelava como Sharpay, uma adolescente manipuladora, pretensiosa e iludida cujo objetivo era impedir o namoro do par central no filme.

Tisdale afirma que Guilty Pleasure, seu segundo álbum, foi inspirado por um relacionamento frustrado (entre os títulos de canções que o provam temos Erase and Rewind e Delete You), mas na verdade isso parece ser a última de suas preocupações no novo disco. O trabalho aparenta ter sido concebido para imolar a imagem fofa que ela criou no passado, e Tisdale, que está com 24 anos, indica que enfim está deixando para trás seus fãs adolescentes, e torna a mensagem bastante clara já na letra de Acting Out, a primeira canção do novo disco: "Na superfície eu era simplesmente a criança perfeita/ Mas por baixo de tudo isso eu queria ser selvagem".


Se esse era o objetivo, por que Guilty Pleasure soa assim tão brando? O disco está repleto do som pop de bad girl que não costuma ser ouvido regularmente desde que Max Martin primeiro corrompeu Britney Spears, bem como de canções barulhentas, gritadas e marcadas por riffs altos de guitarra, exatamente como as que propeliram Kelly Clarkson, vencedora do American Idol, ao posto de estrela pop feminista.

It's Alright, It's OK, produzida por Alke e Twin, é brutalmente efetiva, uma despedida dançante que Tisdale consegue interpretar com energia. E Tell Me Lies tem a energia positiva de um single da Disney, mas com uma mensagem mais perturbadora: "Me conta alguma história idiota/ Hoje à noite, tudo bem/ Pode guardar sua verdade e me contar mentiras".

Mas para uma jovem ansiosa por repudiar seu passado de menina boazinha, canções como essas já não se qualificam como radicais. Ressurgir como adulta é tão pouco imaginoso como persistir como criança. "Acorde de sutiã e maquiagem", geme Tisdale em Hot Mess. "Vou deixar toda a minha consciência para trás". O problema é que ser uma má menina termina por se provar meio tedioso.

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